quinta-feira, 6 de abril de 2017

Tecnologias da Informação e Comunicação e as mudanças no mercado de trabalho . Thainara Helena

Tecnologias da Informação e Comunicação e as mudanças no mercado de trabalho

O desenvolvimento de novas tecnologias da informação e comunicação possibilitou, e é em parte responsável, por profundas mudanças no processo produtivo. O modelo fordista, caracterizado pela produção em série e homogênea e rígida hierarquia de funções vem sendo substituído, principalmente nas duas últimas décadas, por um modelo de empresa mais flexível, automatizada e que tem como base fundamental a tecnologia da informação.

Esse processo de mudança encontra-se em curso principalmente nos países desenvolvidos, mas já vem trazendo diversas conseqüências ao mercado de trabalho no Brasil. As novas máquinas exigem treinamento e dependem de poucos funcionários. Além da redução de postos de trabalho, as exigências com atualização e treinamento excluem milhares de trabalhadores da possibilidade de preencherem as vagas ainda disponíveis, o que contribui, de certo modo, para o aumento do desemprego.
"O nível de desemprego que enfrentamos no Brasil não está diretamente relacionado com as novas tecnologias. Em nosso país, o desemprego está, acima de tudo, vinculado com a falta de crescimento econômico. No entanto, em alguns setores, a adoção de novas tecnologias reforça esse desemprego", afirma Waldir Quadros, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit). "Em alguns países centrais, o desenvolvimento de novas tecnologias pode até gerar empregos. O Brasil, porém, não gera essas tecnologias, mas se apropria de inovações desenvolvidas por outros países. A importação desses equipamentos contribui para criar novos empregos apenas nos países fornecedores", compara.
De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o índice de desemprego atingiu, em janeiro passado, 5,6% da População Economicamente Ativa (PEA), que está em torno de 18,1 milhões de pessoas. Ou seja, cerca de 1,02 milhões de pessoas encontravam-se desempregadas naquele mês. Além do grande número de trabalhadores desempregados, também é preciso considerar a alta taxa de pessoas que vivem de empregos informais. Os sub-empregados, que somam cerca de 26,6% da PEA, não possuem registro em carteira e, por isso, são privados dos direitos sociais.Nem mesmo o profissional qualificado está isento de pressões.

http://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/socinfo/info10.htm

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