Do ensino tradicional à educação moderna – estratégias para a melhoria do processo ensino-aprendizagem
Quando
debatemos a educação atual, as práticas tradicionais são bastante
criticadas. É muito comum ouvirmos os profissionais de educação
limitarem a escola e as metodologias tradicionais como aquelas em que o
professor transmite o conhecimento, privilegiando a quantidade de
informação, em detrimento da qualidade, cuja organização das salas de
aula com fileiras voltadas ao quadro negro é vista de modo negativo e
nas quais os alunos são pouco participativos.
O termo pedagogia tradicional formou-se a partir dos pontos
recorrentes nas práticas de ensino ao longo da história da educação. É
também usado para marcar o início de novas propostas que começaram a ser
veiculadas, sendo assim classificada como “tradicional” a concepção de
educação adotada até aquele momento.
Mas será que esse tradicional é mesmo somente sinônimo de aspectos negativos, desatualizados e nada significativos?
Não podemos esquecer que a escola em outro momento foi planejada para
atender uma sociedade que vivia em um ambiente de conhecimento muito
mais estável do que o que vivemos hoje. A escola sempre buscou atender
as necessidades histórico-culturais da sociedade, e essa já passou por
inúmeras transformações e avanços.
Seria um equívoco descartar todas as contribuições que os diferentes
tempos da educação nos proporcionam. Assim, nada melhor do que
dirigirmos nosso olhar ao passado, fixá-lo no presente e mirar o futuro
da educação para torná-la construtiva e para que desempenhe efetivamente
a sua função no desenvolvimento dos alunos e da sociedade.
Hoje, existe uma grande necessidade de se evoluir cognitivamente e
permanentemente, dados os avanços dos recursos e estratégias
tecnológicas disponíveis. A chamada Educação 3.0 pressupõe uma escola
aberta e participativa, na qual aluno, escola, família, professores e
sociedade aprendem juntos. Mas isso não significa propor uma nova
metodologia descartando tudo aquilo que a educação vem alcançando ao
longo dos anos.
O desafio é descobrir meios de nos adaptarmos para continuar
ensinando e aprendendo, porém de acordo com o que o novo mundo demanda.
Isso envolve o engajamento em sala de aula na era tecnológica, as
mudanças no cenário educacional e como os professores, pais e alunos
estão envolvidos nesse processo. As salas de aula estão em constante
transformação e é preciso uma renovação na forma de ensinar, porém não
necessariamente se desfazendo de tudo aquilo que até então usávamos.
Esse peso de ter que se “libertar” do estilo da pedagogia
tradicional, na verdade, não precisa ser carregado. Claro que a educação
evoluiu e os alunos mudaram, e por isso alguns pontos deverão, sim, ser
descartados, como em qualquer modelo de concepção pedagógica, afinal é
preciso atender à demanda atual. Outros pontos, porém, deverão
permanecer embutidos em nosso leque de práxis e, de acordo com a
realidade vigente, modelados e direcionados a atenderem as nossas
necessidades, bem como as expectativas do aluno.
É preciso buscar o bom senso nessa relação e não levá-la ao extremo.
Avaliem: se todos os alunos usarem computadores em sala de aula, não
sendo mais necessário o ensino da letra cursiva, como vamos promover em
nossos alunos o importante ato de manuscrever, que, conforme comprovação
científica, ativa uma série de funções fundamentais no cérebro humano?
É preciso haver uma mescla entre o método tradicional de ensinar e os
avanços, com conteúdo dinâmico e qualidade para prender a atenção dos
alunos tecnológicos, aliados ao conteúdo programático estruturado pelo
professor.
Certamente ainda há muito a se debater nesse campo da educação, mas é
certo que o ensino tradicional vai além das metodologias clássicas com
exposição verbal, foco nos exercícios, na repetição e na memorização.
Cabe ao professor unir estratégias e saberes do passado, presente e
futuro para a melhoria do ensino-aprendizagem.
Aluna: Larissa Geovana | Pedagogia 2017 - 1º semestre.
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