Escolas debatem se usar tecnologia em sala ajuda ou atrapalha alunos
Enquanto alguns colégios adotam aplicativos para ajudar na alfabetização, outros resolvem abolir o uso de tablets, computadores e celulares.
Imagina um parque de diversões dentro de um tablet. É mais ou menos isso que o Daniel tem, só de jogos eletrônicos. “Quarenta e oito jogos! Tem mais? Não acredito!”, diz.
A mãe do Daniel acha que ele está superexposto à tecnologia. “Acho, mas acho que a culpa é nossa também, porque a gente incentiva. A gente tem, tanto eu quanto o pai dele, é o nosso dia a dia, diz Denise Fonte.
Mas, como saber o limite, a hora de parar? Essa preocupação não é só dos pais. Também chegou às escolas. “Antigamente, o tabu era tirar a chupeta da criança. E, agora, a chupeta mudou de nome. Virou tablet”, compara a diretora de escola Isabela Janiszewski.
Uma escola para crianças de até cinco anos tomou uma decisão radical: acabou com o uso de tecnologia nas atividades pedagógicas. Nada de computador, tablets, muito menos celular. A escola percebeu que as crianças tinham que aprender a brincar, a ser, simplesmente, criança.
“Crianças pequenas não sabem ver um livro de história. Na hora de ver um livro de história, ao invés de folhear e escutar, eles querem passar o dedo”, aponta a psicóloga Andrea Bellingall.
Em Cuiabá, uma escola também dispensou os computadores. Os alunos têm atividades manuais, como aprender a tocar instrumentos musicais e crochê. “A gente quer que as crianças tenham contato com o mundo real, com o mundo real, diz o diretor Cassio Ceregatti.
Oferecer ou não a tecnologia nas escolas? “O uso da tecnologia pode trazer benefícios, mas também pode comprometer, por exemplo, a capacidade de interação social, o desenvolvimento das chamadas habilidades socioemocionais, que dependem da interação social, da interação entre as pessoas”, diz o neurocientista Fernando Louzada.
O excesso atrapalha. Os pais também não precisam radicalizar e tirar de vez a tecnologia das crianças. “A criança que não tem nenhum acesso à tecnologia pode ficar o que nós falamos de 'analfabeto digital'. Aprender a discriminar o que é útil do que não é útil. Isso também nós devemos ensinar aos nossos filhos e aos nossos alunos”, explica a doutora em psicologia Alessandra Seabra.
Em uma escola pública, a tecnologia é uma aliada da alfabetização. Os alunos aprendem a ler usando o tablet. O jogo é, na verdade, um exercício que ajuda a criança a reconhecer as letras e o professor, a identificar as dificuldades de cada aluno mais rapidamente. “É o reconhecimento da letra? É a memória? Não está fazendo associação da figura com a letra? A partir desse momento, eu vou e transfiro para minha aula”, diz a professora Nívia Cristina Silva.
As crianças podem usar o aplicativo por, no máximo, trinta minutos.
O videogame educativo é usado por 28 mil crianças em escolas públicas brasileiras. A mãe da Emanuelle aprova. “Ela não estava conseguindo acompanhar a turma, mas, com o uso do aplicativo, ela teve uma interação muito maior e conseguiu me dar resultados bem rápidos”, conta Gilmara Maciel.
Especialistas consideram que crianças de até dois anos devem ficar longe das tecnologias. A partir dessa idade, o uso deve ser moderado. “Mais do que duas horas, eu considero excesso. E a sociedade considera, isso já foi pesquisado, porque começa a ter muito sintoma. A criança pode ter dor de cabeça, dor no corpo, irritabilidade, agressividade, queda do rendimento escolar”, explica o neuropediatra Christian Müller.
Por isso, os pais têm que ficar de olho. No caso do Antônio Pedro, de 5 anos, foi o pai que deu o tablet de presente.. ‘Falei, cara, é agora’. Se você jogar a chupeta fora, a fada da chupeta vai te trazer um tablet’. Cara, ele abriu a lata de lixo na loja: ‘Cadê meu tablet?’”, relembra Miguel Sá.
Mas nem por isso, o Antônio Pedro pode brincar no tablet o tempo que quiser. O Caio, também de 5 anos, melhor amigo dele, aprendeu a ter limite, graças à estratégia do pai. “Entregar o iPad com a bateria já quase no final para poder ele devolver”, conta o pai. E não é que eles aprenderam direitinho?
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/08/escolas-debatem-se-usar-tecnologia-em-sala-ajuda-ou-atrapalha-alunos.html
LARISSA DEVEQUI
1ª SEMESTRE PEDAGOGIA
1ª SEMESTRE PEDAGOGIA
Hoje em dia não tem como tirar de vez a tecnologia das crianças, pois eles nasceram nesse ambiente, são nativos da tecnologia. As crianças de hoje sabem usar tablets e smartphone até melhor que muito adulto por ai . Acho muito importante eles terem esse contato com a tecnologia, mas tudo que é demais estraga né, os pais tem que impor limites e regras para que a criança saiba que ela precisa fazer por merecer para poder usar. Os pais também precisam entender que tablet não é chupeta que dá para criança ficar quieta, precisamos ter bom senso dos dois lados, tanto do pais quando da criança também. As escolas precisam primeiro de estrutura para que possa ter tecnologias, não é só ir lá e liberar que todo mundo traga seu tablet ou smartphone, tem que ter regras e limites, tem que ser algo para auxiliar o professor e não algo que atrapalhe. Na minha opinião as escolas tem que inserir as tecnologias aos poucos, com aulas voltadas a isso, por exemplo, em laboratório de informatica, ou atividade diferenciadas usando tablet. E principalmente o que a escola deve fazer é capacitar seus professores a mexer e entender o uso das tecnologias no âmbito escolar.
ResponderExcluirAluna : Pamela Campos | Pedagogia 1 semestre